23/04/2011

Boca gulosa


Eram 18h20, recebo uma mensagem no telemóvel: "Desces comigo agora? C."
A verdade é que nunca saio a esta hora, mas esta mensagem tinha algo de inesperado e de pouco inocente. Respondi: "Ok, vou já ter contigo"
Saí da minha secretária, inventando uma desculpa que iria lá abaixo lanchar qualquer coisa. Dirijo-me à saída da "firma", C. esperava-me, finjindo estar a ler umas cartas que tinham ficado no seu balcão da recepção.
Trocámos olhares e não dissemos nada, segurei a porta dianteira de vidro para que ela passasse à minha frente, sobre a vigilância de uma câmara de segurança, onde qualquer movimento ou gesto indiscreto, seria registado pela empresa de segurança responsável.
Carreguei no botão do elevador e não trocámos uma palavra, esperámos em silêncio que as portas abrissem, entrámos juntos e esperámos cada um no seu canto que as portas se fechassem.
Na segurança daqueles 2 metros quadrados, isolados do mundo exterior, C. saltou para cima de mim e agarrou o meu pau, segredando-me ao ouvido: "-Tira-o cá para fora, temos pouco tempo!", eu acedi e quando C. o viu duro a latejar à sua frente, meteu a sua boca e começou a chupá-lo em movimentos rápidos.
Encostei-me à parede metálica daquele elevador e deixei que ela o devorasse, deixando-me em extâse...
Fomos interrompidos pelo som de chegada ao piso zero, C. Recompôs-se rapidamente e saiu à minha frente, seguindo o seu percurso habitual para casa sem olhar para trás...


Fotografia: normanpaeth @deviantart